O ambiente é tudo

O ambiente é tudo

Introdução


O conjunto de elementos que temos à nossa
volta, tais como as edificações, os equipamentos, os móveis, as condições de
temperatura, de pressão, a umidade do ar, a iluminação, a ordem, a limpeza e as
próprias pessoas, constituem o nosso ambiente. Nos locais de trabalho, a
combinação de alguns desses elementos gera produtos e serviços. A todo esse
conjunto de elementos e ações denominamos condições ambientais.
É possível imaginar que, num futuro próximo, os trabalhadores fiquem
livres de desenvolver atividades em ambientes que coloquem em risco sua
integridade física e saúde.
Já estamos chegando quase lá. Hoje, existem robôs que, manipulados por
controle remoto, descem ao fundo das crateras vulcânicas para colher amostras
de solo e registrar informações que permitirão prever a ocorrência de futuras
erupções. Os cientistas fazem a sua parte em locais mais seguros.
Entretanto, apesar de todo o avanço científico e tecnológico, ainda há situações
em que o homem é obrigado a enfrentar condições desfavoráveis em seu ambiente
de trabalho, expondo-se ao risco de contrair doenças ou sofrer lesões.
E o que é pior: há casos em que o homem desenvolve seu trabalho em
condições ambientais aparentemente inofensivas, sem ter consciência dos riscos
invisíveis que está enfrentando.
Nesta aula, estudaremos as condições ambientais e o impacto que elas
provocam no homem, em seu trabalho. Estaremos preocupados em identificar
as condições ambientais que representam riscos à saúde do trabalhador. Essas
atividades são também chamadas de Higiene do trabalho, que é a ciência que se
dedica à prevenção e ao controle das causas das doenças profissionais e do
trabalho. Dá para avaliar a importância desse assunto, tomando como base o fato
de que o homem passa, em média, pelo menos um terço de sua vida adulta no
trabalho. Portanto, não se descuide!


O inimigo invisível

Qualquer um de nós já se submeteu a um exame de raio X por indicação
médica. Nada sentimos ou vemos sair do aparelho de raio X ao fazermos esse
exame.

Porém, para executar a radiografia, o equipamento libera uma grande
carga de energia eletromagnética não percebida por nós. Essa radiação, em
dosagens elevadas, é prejudicial ao organismo humano, pois provoca altera-
ções no sistema de reprodução das células, ocasionando doenças e, em alguns
casos, a morte.
Essa é uma das razões pelas quais consideramos certos riscos ambientais
como inimigos invisíveis: alguns deles não são captados pelos órgãos dos
sentidos (audição, visão, olfato, paladar e tato), fazendo com que o trabalhador
não se sinta ameaçado. Inconsciente do perigo, a tendência é ele não dar
importância à prevenção.
Relatórios médicos falam de pessoas que adquiriram doença pulmonar
depois de trabalhar anos a fio, sem nenhuma proteção, com algum tipo de
produto químico. Esse tipo de doença avança vagarosamente, tornando difícil
seu diagnóstico no início. Quando a pessoa se dá conta, a doença já está em fase
adiantada e a cura fica difícil, ou o dano é irreversível. Essa é outra razão que
torna os riscos ambientais traiçoeiros.
Em resumo, o desconhecimento de como os fatores ambientais geram riscos
à saúde é um dos mais sérios problemas enfrentados pelo trabalhador.





Os riscos que nos rodeiam

Há vários fatores de risco que afetam o trabalhador no desenvolvimento de
suas tarefas diárias. Alguns atingem grupos específicos de profissionais. É o
caso, por exemplo, dos mergulhadores, que trabalham submetidos a altas
pressões e a baixas temperaturas. Por isso, são obrigados a usar roupas especiais,
para conservar a temperatura do corpo, e passam por cabines de compressão e
descompressão, cada vez que mergulham ou sobem à superfície.
Outros fatores de risco não escolhem profissão: agridem trabalhadores de
diferentes áreas e níveis ocupacionais, de maneira sutil, praticamente impercept
ível. Esses últimos são os mais perigosos, porque são os mais ignorados.
Nesta aula, você ficará conhecendo os principais tipos de riscos ambientais
que afetam os trabalhadores de um modo geral: os agentes físicos, químicos e
biológicos, sobre os quais fala a Norma Regulamentadora - NR 9, do Ministério
do Trabalho, e as conseqüências para o organismo humano quando há uma
exposição exagerada a um ou mais desses elementos. Ficará sabendo também, o
que são riscos ergonômicos e quais os principais fatores de riscos ocupacionais,
previstos no Anexo IV da Norma Regulamentadora - NR 5.
Serão abordados apenas os riscos mais comuns, que podem estar presentes
em qualquer tipo de ambiente de trabalho ou, predominantemente, na área da
Mecânica. Se você quiser se aprofundar neste assunto, conhecendo outros
fatores de risco, consulte as normas regulamentadoras citadas e as obras indicadas
na bibliografia deste módulo.


Começando pelos riscos físicos

Todos nós, ao desenvolvermos nossos trabalhos, gastamos uma certa quantidade
de energia para produzir um determinado resultado.
Quando as condições físicas do ambiente, como, por exemplo, o nível de
ruído e a temperatura, são agradáveis, produzimos mais com menor esforço.
Mas, quando essas condições fogem muito dos limites de tolerância, vem o
cansaço, a queda de produção, a falta de motivação para o trabalho, as doenças
profissionais e os acidentes do trabalho.

Em outras palavras, os fatores físicos do ambiente de trabalho interferem A U L A
diretamente no desempenho do trabalhador e na produção e, por isso, merecem
ser analisados com o maior cuidado.
Ao estudar cada um dos fatores apresentados a seguir, pense em seu
próprio local de trabalho. Identifique os problemas, comunique-os aos setores
ou pessoas responsáveis, procure as soluções e coloque em prática, sem
demora, as medidas que estiverem ao seu alcance.



Muito barulho por nada

Quando você se encontra em um ambiente de trabalho e não consegue ouvir
perfeitamente a fala das pessoas, isso é uma indicação de que o local é barulhento
ou ruidoso.
Os especialistas no assunto definem o ruído como todo som que causa
sensação desagradável ao homem.
Mede-se o ruído utilizando um instrumento denominado medidor de press
ão sonora, conhecido por decibelímetro. A unidade usada como medida é o
decibel ou abreviadamente dB.


Você sabia?
Para 8 horas diárias de trabalho, o limite máximo de ruído estabelecido
pela norma regulamentadora do Ministério do Trabalho é de 85 decibéis.
O ruído emitido por uma britadeira é equivalente a 100 decibéis. Pela
mesma norma, o limite máximo de exposição contínua do trabalhador
a esse ruído, sem protetor auditivo, é de 1 hora.







O som e o ruído, penetrando pelos ouvidos, atingem o cérebro. Se medidas
de controle não forem tomadas, graves conseqüências podem ocorrer. Agindo
no aparelho auditivo, o ruído pode causar surdez profissional cuja cura é
impossível, deixando o trabalhador com dificuldades para ouvir rádio, televisão
e para manter um bom “papo” com os amigos.


Entre o forno e o freezer

Frio ou calor em excesso, ou a brusca mudança de um ambiente quente para
um ambiente frio ou vice-versa, também são prejudiciais à saúde.
Nos ambientes onde há a necessidade do uso de fornos, maçaricos etc., ou
pelo tipo de material utilizado e características das construções (insuficiência de
janelas, portas ou outras aberturas necessárias a uma boa ventilação), toda essa
combinação pode gerar alta temperatura prejudicial à saúde do trabalhador.

A sensação de calor que sentimos é proveniente da temperatura resultante
existente no local e do esforço físico que fazemos para executar um trabalho. A
temperatura resultante é função dos seguintes fatores: umidade relativa do ar,
velocidade e temperatura do ar e calor radiante, isto é, produzido por fontes de
calor do ambiente, como fornos e maçaricos.
A unidade de medida da temperatura adotada no Brasil é o grau Celsius,
abreviadamente ºC. De modo geral, a temperatura ideal situa-se entre 21ºC e
26 ºC; a umidade relativa do ar deve estar entre 55% a 65%, e a velocidade do
ar deve ser adequada, em torno de 0,12 m/s.


Para saber mais!

Consulte o anexo 3 da Norma Regulamentadora 15 do Ministério do
Trabalho, que trata das tabelas de temperaturas máximas para
diferentes tipos de trabalho.


Já nos ambientes destinados a armazenagem de peixes, sorvetes e matadouros,
chamados de câmaras frigoríficas, a temperatura pode chegar a alguns
graus abaixo de zero (graus negativos).



Radiações perigosas

Por que será que o rádio e a televisão, quando anunciam a ocorrência de um
eclipse total do Sol, orientam para observá-lo através de lentes escuras especiais?
Por que não podemos ver o eclipse com os olhos desprotegidos?
A explicação não é tão simples, mas nesta aula estudaremos algumas noções
sobre radiação e seus efeitos sobre o homem.
As radiações são uma forma de energia que se transmite da fonte ao receptor
através do espaço, em ondas eletromagnéticas.
As radiações se movimentam no espaço em forma de ondas. É dessa forma,
em ondas, que o som chega até o seu radinho de pilhas.
Um dos elementos da onda é o seu comprimento, identificado pela letra
grega l (lambda). O comprimento de onda l tem grandes variações, de acordo
com o tipo de energia.

Existem diferentes tipos de radiações que se propagam no espaço em
diferentes comprimentos de onda. As radiações são tanto mais perigosas quanto
menor for o comprimento de onda l.
Veja, a seguir, quais os tipos de radiação que mais atingem o trabalhador.


Raios infravermelhos 

Trabalhos com solda elétrica, com solda oxiacetilênica, trabalhos com metais
e vidros incandescentes, isto é, que ficam da cor laranja e emitem luz quando
superaquecidos, e também nos fornos, fornalhas e processos de secagem de tinta
e material úmido são atividades que produzem raios infravermelhos. Em
trabalhos a céu aberto, o trabalhador fica exposto ao Sol, que é uma fonte natural
emissora de raios infravermelhos.
Em doses bem controladas, os raios infravermelhos são usados para fins
medicinais. Mas, quando a intensidade dessa radiação ultrapassa os limites de
tolerância, atingindo o trabalhador sem nenhuma proteção adequada, os raios
infravermelhos podem causar sérios danos à saúde.


Raios ultravioleta

Atividades com solda elétrica, processos de foto-reprodução, esterilização
do ar e da água, produção de luz fluorescente, trabalhos com arco-voltaico,
dispositivos usados pelos dentistas, processos de aluminotermia (atividade
química com o emprego de alumínio em pó), lâmpadas especiais e o Sol emitem
raios ultravioleta.
Em pequenas doses (mais ou menos 15 minutos diários de exposição ao Sol),
o ultravioleta é necessário ao homem porque é o responsável pela produção da
vitamina D no organismo humano. Mas, em quantidades excessivas, pode
causar graves prejuízos à saúde.
Tanto os raios infravermelhos como os ultravioleta normalmente não são
medidos nos ambientes de trabalho, mas quando ocorrem atividades que
emitam esses raios, como as citadas nesta aula, medidas de proteção devem ser
tomadas para garantir a saúde dos trabalhadores.


Microondas

As microondas são encontradas em formas domésticas ou industriais:
fornos de microondas, aparelhos de radar em aeroportos, aparelhos de
radiocomunicação, equipamentos de diatermia para obter calor e processos de
aquecimento em produção de plásticos e cerâmica. A medição ou avaliação das
microondas pode ser por sistema elétrico ou térmico, mas não é costumeira e não
existem limites nacionais de tolerância definidos.


Laser


Esta sigla, em inglês, vem de “Light Amplification by Stimulated Emission
of Radiation”, que em Português pode ser traduzido por: amplificação da luz por
emissão estimulada de radiação.
O laser é um feixe de luz direcional convergente, isto é, que se concentra em
um só ponto. É muito utilizado em indústrias metalúrgicas para cortar metais,
para soldar e também em equipamentos para medições a grandes distâncias.
Tem também aplicações em medicina, para modernos processos cirúrgicos.


Os perigos que podem representar os raios laser têm sido motivo de estudos
e experiências, até agora não conclusivos. Daí as recomendações se limitarem
mais aos aspectos preventivos. O seu maior efeito no homem é sobre os olhos,
podendo causar grandes estragos na retina, que é a membrana sensível do olho,
em alguns casos irreversíveis, podendo provocar cegueira.
Todas essas radiações estudadas: o infravermelho, o ultravioleta, a microonda
e o laser são classificadas como radiações não ionizantes. Porém, as mais
perigosas são as ionizantes, cuja energia é tão grande que, atingindo o corpo
humano, produzem alterações das células, provocando o câncer.


Radiações ionizantes

Do ponto de vista do estudo das condições ambientais, as radiações
ionizantes de maior interesse de uso industrial são os raios X, gama e beta, e
de uso não industrial são os raios alfa e nêutrons, cada uma com uma faixa de
comprimento de onda l.
Essas radiações podem ser encontradas de forma natural nos elementos
radioativos, tais como Urânio 238, Potássio 40 etc., além das radiações cósmicas
vindas do espaço celeste.
Artificialmente, são originadas pela tecnologia moderna, como o raio X,
usado em metalurgia para detectar falhas em estruturas metálicas e verificar se
há soldas defeituosas. Outros tipos de radiações são usados para determinar
espessuras de lâminas metálicas, de vidro ou plásticos, bem como para indicar
níveis de líquidos em reservatórios.

Os raios gama servem para analisar soldagem em tubos metálicos, cujo
processo chama-se gamagrafia.
As radiações são ainda usadas em tintas luminosas, nas usinas de produção
de energia elétrica (como a usina atômica de Angra dos Reis) e nos processos de
verificação de desgaste de cera para piso, desgaste de ferramentas de tornos e
de anéis de motores de automóveis. São também usadas em laboratórios de
pesquisa e na medicina, no combate ao câncer e em muitas outras aplicações.
A absorção de radiação no organismo humano é indiretamente avaliada
pela unidade chamada REM, em inglês: “Relative Efect Man” que em portugu
ês quer dizer: efeito relativo no homem. A detecção das radiações ionizantes
é feita por vários tipos de aparelhos, como detectores pessoais e de cintilação,
dosímetros etc.
Os limites máximos de exposição são indicados pela Comissão Nacional de
Energia Nuclear e por norma do Ministério do Trabalho.





Um pouco sobre os agentes químicos



Certas substâncias químicas, utilizadas nos processos de produção industrial,
são lançadas no ambiente de trabalho, intencional ou acidentalmente. Essas
substâncias podem apresentar-se nos estados sólido, líquido e gasoso.
No estado sólido, temos poeiras de origem animal, mineral e vegetal, como
a poeira mineral de sílica encontrada nas areias para moldes de fundição. No
estado gasoso, como exemplo, temos o GLP (gás liquefeito de petróleo), usado
como combustível nos fogões residenciais. No estado líquido, temos os ácidos,
os solventes, as tintas e os inseticidas domésticos.
Esses agentes químicos ficam em suspensão no ar e podem penetrar no
organismo do trabalhador por:


Via respiratória – essa é a principal porta de entrada dos agentes químicos,
porque respiramos continuadamente, e tudo o que está no ar vai direto aos
nossos pulmões. Se o produto químico estiver sob forma sólida ou líquida,
normalmente fica retido nos pulmões e provoca, a curto ou longo prazo,
sérias doenças chamadas pneumoconioses, como o edema pulmonar e o
câncer dos pulmões. Se estiver no ar sob forma gasosa, causa maiores
problemas de saúde, pois a substância atravessa os pulmões, entra na
corrente sangüínea e vai alojar-se em diferentes partes do corpo humano,
como no sangue, fígado, rins, medula óssea, cérebro etc., causando anemias,
leucemias, alergias, irritação das vias respiratórias, asfixia, anestesia, convuls
ões, paralisias, dores de cabeça, dores abdominais e sonolência.




Via digestiva – se o trabalhador comer ou beber algo com as mãos sujas, ou
que ficaram muito tempo expostas a produtos químicos, parte das substâncias
químicas será ingerida junto com o alimento, atingindo o estômago
e provocando sérios riscos à saúde.





Epiderme – essa via de penetração é a mais difícil, mas se o trabalhador
estiver desprotegido e tiver contato com substâncias químicas, havendo
deposição no corpo, serão absorvidas pela pele. A maneira mais comum da
penetração pela pele é o manuseio e o contato direto com os produtos
perigosos, como arsênico, álcool, cimento, derivados de petróleo etc. que
causam câncer e doenças de pele conhecidas como dermatoses.





Via ocular – alguns produtos químicos que permanecem no ar causam
irritação nos olhos e conjuntivite, o que mostra que a penetração dos agentes
químicos pode se dar também pela vista.
É importante tomar cuidado com os diferentes produtos químicos empregados
nas indústrias e até em casa. Faça um levantamento dos produtos químicos
que você utiliza, leia os rótulos das embalagens e informe-se sobre os efeitos que
podem provocar no organismo humano.





Falso remédio!
Quando você respira um ar cheio de produtos químicos, ele vai para os
pulmões. Quando você bebe um copo de leite, ele vai para o estômago.
Daí a pergunta: o que o leite tem a ver como desintoxicante pulmonar
por substâncias nocivas?
Resposta: Nada! O leite pode ser considerado alimento, nunca um
preventivo de intoxicação. Sua utilização é até prejudicial, uma vez que
acreditando no seu valor, as medidas de higiene industrial e os cuidados
higiênicos ficam em segundo plano.


As medidas ou avaliações dos agentes químicos em suspensão no ar são
feitas por meio de aparelhos especiais que medem a concentração, ou seja, a
porcentagem existente em relação ao ar atmosférico. Os limites máximos de
concentração de alguns produtos e outras informações estão estabelecidos na
NR 15, anexos 11, 12 e 13 do Ministério do Trabalho.


A vez dos agentes biológicos

São microrganismos, ou seja, reduzidíssimos seres vivos não vistos a olho
nu, presentes em alguns ambientes de trabalho, como hospitais, laboratórios de
análises clínicas, coleta de lixo, indústria do couro, fossas etc. Nessa categoria
incluem-se os vírus, as bactérias, os protozoários, os fungos, os parasitas e os
bacilos. Penetrando no organismo do homem por via digestiva, respiratória,
olhos e pele, são responsáveis por algumas doenças profissionais.
Como esses microrganismos se adaptam melhor e se reproduzem mais em
ambientes sujos, as medidas preventivas a tomar são: rigorosa higiene dos locais
de trabalho, do corpo e das roupas; destruição por processos de elevação da
temperatura (esterilização) ou uso de cloro; uso de equipamentos individuais
para evitar contato direto com os microrganismos; ventilação permanente e
adequada; controle médico constante, e vacinação, sempre que possível.
A verificação da presença de agentes biológicos em ambientes de trabalho
é feita por meio de retirada de amostras de ar e de água, que serão analisadas em
laboratórios especializados. Em virtude das grandes dificuldades para a realiza-
ção dessas análises, não existem limites de tolerância definidos.





Os riscos ergonômicos 
Ergonomia é a ciência que busca alcançar o ajustamento mútuo ideal entre
o homem e o seu ambiente de trabalho. Entretanto, se não existir esse ajuste,
teremos a presença de agentes ergonômicos que causam doenças e lesões no
trabalhador. A Norma Regulamentadora - NR 17, do Ministério do Trabalho,
trata desse assunto.
Você já viu como funciona uma guilhotina manual que serve para cortar
chapas de aço? A haste de movimentação da guilhotina, que tem contato com as
mãos do trabalhador, deve ter uma forma adequada, de modo a permitir que
todos os dedos nela se apoiem, conforme mostra a ilustração abaixo. Essa forma
respeita a anatomia das mãos, proporcionando conforto ao trabalhador.




Os agentes ergonômicos presentes nos ambientes de trabalho estão relacionados
a: exigência de esforço físico intenso, levantamento e transporte manual
de peso, postura inadequada no exercício das atividades, exigências rigorosas de
produtividade, jornadas de trabalho prolongadas ou em turnos, atividades
monótonas ou repetitivas etc.
Movimentos repetitivos dos dedos, das mãos, dos pés, da cabeça e do
tronco produzem monotonia muscular e levam ao desenvolvimento de doen-
ças inflamatórias, curáveis em estágios iniciais, mas complicadas quando não
tratadas a tempo, chamadas genericamente de lesões por esforços repetitivos
- ler (lê-se lér, com e aberto).
As doenças que se enquadram nesse grupo caracterizam-se por causar
fadiga muscular, que gera fortes dores e dificuldade de movimentar os músculos
atingidos.
São exemplos de doenças causadas por esforços repetitivos: bursite (inflama
ção da bursa, que é uma cápsula contendo líquido lubrificante em seu interior,
que reveste algumas articulações); miosite (inflamação de músculo); tendinite
( inflamação dos tendões, que são fibras que unem os músculos) e tenossinovite
(inflamação dos tendões e das articulações).
Há registros de que essas doenças já atacavam os escribas e notários, há
séculos. Hoje afetam diversas categorias de profissionais: bancários, metalúrgicos,
costureiros, pianistas, telefonistas, digitadores, empacotadores, enfim, todos os
profissionais que realizam movimentos automáticos e repetitivos.
Contra os males provocados pelos agentes ergonômicos, a melhor arma,
como sempre, é a prevenção: rodízios e descansos constantes; exercícios compensat
órios freqüentes para trabalhos repetitivos; exames médicos periódicos;
evitar esforços superiores a 25 kg para homens e 12 kg para mulheres; postura
correta sentado, em pé, ou carregando e levantando peso, como mostra a
ilustração a seguir.


Riscos de acidentes
Outros fatores de risco que podem ser encontrados e devem ser eliminados
dos ambientes de trabalho são decorrentes de: falhas de projeto de máquinas,
equipamentos, ferramentas, veículos e prédios; deficiências de leiaute; ilumina-
ção excessiva ou deficiente; uso inadequado de cores; probabilidade de incêndio
ou explosão; armazenamento inadequado de produtos, presença de animais
peçonhentos etc.
Você acabou de ter uma visão geral dos principais fatores de risco encontrados
nos ambientes de trabalho, de um modo geral. Agora é importante você
aplicar o que aprendeu, começando por analisar seu próprio ambiente de
trabalho. Resolver os exercícios a seguir vai ajudá-lo nessa tarefa.




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